Na história da literatura e da gravura popular brasileira, um destaque muito especial deve ser dado a José Costa Leite (1927-2021). Poeta, xilógrafo, editor, vendedor e declamador de folhetos de cordel, JCL (como assinava suas gravuras) foi uma verdadeira máquina criativa, autor de incontáveis textos e imagens que retratam – com muita poesia, humor, perspicácia e beleza – a realidade e o imaginário do povo nordestino.
Graças ao projeto JOSÉ COSTA LEITE PARA SEMPRE NO MUSEU CÂMARA CASCUDO, um pouco da produção desse grande artista autodidata está protegido e acessível a todos, no maior museu do Rio Grande do Norte.
O projeto, fruto de uma parceria entre o MCC e a Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (FUNPEC), foi contemplado no Edital Matchfunding BNDES+ Patrimônio Cultural 2020 e originou uma exitosa campanha de financiamento coletivo, que contou com a colaboração de quase 300 benfeitores, entre pessoas físicas e jurídicas, além do generoso apoio do BNDES.
Assim, foi possível adquirir a coleção pessoal de 645 matrizes de xilogravura de José Costa Leite, integrá-la ao acervo do MCC e disponibilizá-la ao grande público, como estamos fazendo agora, através dessas páginas.
Durante a execução do projeto, em agosto de 2021, José Costa Leite, que era então o mais antigo poeta e xilógrafo de cordel em atividade, partiu dessa dimensão, com 94 anos.
Calaram-se a caneta, a faquinha e a voz que, durante mais de 70 anos, produziram uma das obras mais importantes da literatura e da arte popular no Brasil, tanto por sua extensão, quanto por suas qualidades poéticas e estéticas. Mas o legado da vida de José Costa Leite, a prova de seu talento, inteligência, sagacidade, humor e criatividade continuam intactos, potentes, inspiradores, iluminando nossas vidas.
E assim será para sempre!