Arqueologia


O Museu Câmara Cascudo da UFRN conserva um importante acervo arqueológico, composto atualmente (2023) por cerca de 200 mil peças representativas da atividade humana pretérita, principalmente no atual território do Rio Grande do Norte.

São instrumentos líticos lascados (facas, raspadores, furadores) e polidos (lâminas de machado, pilões, mãos de pilão, batedores para quebrar coquinhos e ossos), materiais cerâmicos pré-coloniais (vasilhames utilitários, urnas funerárias, cachimbos), louças européias e ossos humanos, entre outros, com grande variedade de matérias-primas, técnicas de produção, tipos, formas e usos.

O acervo começou a ser formado na época do Instituto de Antropologia (1960-1973), com o material resultante das primeiras pesquisas arqueológicas de caráter científico realizadas no RN, com destaque para as campanhas coordenadas pelo arqueólogo Nássaro Nasser no âmbito do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (PRONAPA) e em parceria com o Smithsonian Institution (Washington, EUA), que resultaram em uma importante coleção de cerâmica pré-colonial, muitas vezes decorada, coletada nos municípios de Vila Flor e Georgino Avelino.

Em seguida, já como Museu Câmara Cascudo (MCC), o acervo cresceu e se diversificou graças às pesquisas dos arqueólogos Tom Miller, Armand Laroche, Adjelma Laroche e Vicente Tassone em diferentes regiões do estado, durante as quais foram coletados novos vestígios cerâmicos e, sobretudo, um grande conjunto de artefatos líticos.

Como unidade inscrita no Cadastro Nacional das Instituições de Guarda e Pesquisa do Centro Nacional de Arqueologia (CNIGP/CNA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o MCC também está apto a receber bens arqueológicos resultantes de projetos realizados por terceiros, no âmbito de processos de Licenciamento Ambiental. Com fluxo contínuo, esse tem sido um importante meio de enriquecimento do acervo da instituição.

De maneira mais pontual, o museu também tem recebido material oriundo de diferentes contextos, como as canoas monóxilas encontradas no fundo da Lagoa de Extremoz pelo pescador Pedro Luiza da Silva, cuja datação por carbono 14 revelou serem do século XIV e XVII, a primeira correspondendo ao mais antigo artefato náutico datado do Brasil. Mais recentemente, em 2021, merece destaque o Marco de Touros, um dos mais antigos vestígios da chegada dos europeus nas Américas, datado de 1501, que foi transferido do Forte dos Reis Magos, onde estava há décadas, para o MCC, por decisão do IPHAN.

O Acervo de Arqueologia do Museu Câmara Cascudo é amplamente utilizado em atividades de Pesquisa, Ensino e Extensão, servindo a ações diversas, como cursos, publicações e exposições. Dessa forma, contribui ativamente para um maior conhecimento e uma melhor compreensão das populações humanas que viveram, ao longo do tempo, no atual território do Rio Grande do Norte.

 


O MCC precisa de você!

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