Lugares com vestígios de pinturas e gravuras nas rochas, aldeias, acampamentos e oficinas com seus instrumentos em pedra  (lítico lascado e polido), pingentes, cestarias, vasilhames cerâmicos e canoas, entre tantos outros elementos que resistiram à passagem do tempo e registram as mais antigas aventuras e desafios da ocupação e adaptação humana no atual território. O patrimônio ora exposto, atesta a presença ancestral de diferentes povos e suas formas complexas e diversas de ser e viver.

Após séculos de encontros violentos e desiguais com povos de outros continentes, as recentes ações políticas evidenciam a diversidade de contextos indígenas e vai além da identificação de quem nasce no estado como Potiguar. Descendentes de indígenas, ou não, herdamos costumes, linguagens, celebrações e expressões culturais concebidos a partir de patrimônios indígenas compartilhados, mas, muitas vezes, este patrimônio foi silenciado, confundido e misturado com outras identidades.

As populações indígenas têm buscado e alcançado protagonismo político nos últimos anos. Lutam pela preservação de seus povos, da terra e das diversas culturas e crenças. O resultado dessa ação política pode ser visto pelo crescimento da população autodeclarada ao IBGE como indígena, pela união nacional dos povos originários contra a possibilidade de um marco temporal que impediria a demarcação de terras e pelas crescentes e necessárias ocupações de diversos espaços da sociedade, valendo-se do lema: “Nada sobre nós sem nós”.

Nesse contexto, a mostra RN é Terra Indígena – resultado de um trabalho colaborativo entre indígenas, indigenistas e o Museu Câmara Cascudo – retrata, por meio do seu acervo, o passado, o presente e o futuro. Esta exposição quer evidenciar a vida, a resistência e a luta  para o reconhecimento histórico da presença dos povos indígenas no território potiguar.

Convidamos representantes dos povos potiguares para discutir sobre nosso acervo e dialogar a respeito da presença indígena no território desde o período pré-colonial até os movimentos de autoafirmação, delimitação de territórios e busca de reconhecimento. No entanto, além de reconhecer e respeitar, é preciso apoiar e promover a diversidade, os modos de vida e a garantia de direitos muitas vezes negados. 

A mostra RN é Terra Indígena é só um começo…

Ficha técnica

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