Estão reunidas aqui três peças do acervo do Museu Câmara Cascudo que figuram entre os mais importantes bens musealizados brasileiros: duas canoas indígenas encontradas no fundo da lagoa de Extremoz – uma das quais correspondendo ao artefato náutico mais antigo já datado no Brasil (séc. XIV) – e o Marco de Touros, um dos mais antigos registros da chegada dos europeus nas Américas, instalado no litoral potiguar pelos navegantes portugueses em 1501.
O objetivo é apresentar essas peças de enorme importância arqueológica, histórica e cultural, cujo valor como patrimônio potiguar, brasileiro e humano é incomensurável, conjugando suas potências e realçando seus significados com duas intervenções contemporâneas – um vídeo e uma instalação artística – criadas especialmente para a ocasião.
Assim, partindo de artefatos cuja função original estava direta ou indiretamente associada à navegação, o público de hoje é convidado a navegar em águas que transitam entre o passado e o presente, o pré-colonial e o colonial, os povos originários e os colonizadores, o material e o simbólico, o telúrico e o celeste, a ciência e a arte, o conhecimento e a poesia.
Um “Navegar impreciso” – bem diferente do mote “Navegar é preciso” dos conquistadores quinhentistas – para um encontro com partes de nosso passado, que ajudam a melhor compreender o presente e construir o futuro que queremos, coletivamente. Um encontro mais que necessário, no momento em que o Brasil procura reconciliar-se consigo mesmo.
EVERARDO RAMOS e ABRAHÃO SILVA
Coordenadores
Coordenação geral: Everardo Ramos e Abrahão Silva
Instalação artística: Max Pereira
Vídeo: Lisabete Coradini, José Duarte B. Jr., Iano Flávio Maia, Alexandre Santos, Rodrigo Martins
Projeção: Alyson Souza
Mobiliário: Olavo Bessa, Daniel Cavalcanti
Iluminação: Laura Figueiredo
Comunicação: Iano Flávio Maia
Museologia e documentação: Gildo Santos, Jacqueline Silva
Conservação: Jailma Medeiros
Educativo: Cristiana Moreira
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